Por: Lu Oliveira Professora, Blogueira e Escritora
A
menos de dois meses do vestibular da Universidade Estadual de
Maringá, o clima de tensão entre os candidatos, principalmente
entre os que farão o concurso pela primeira vez, intensifica-se a
cada dia. A concorrência assusta e o desejo pela aprovação faz a
maioria se dedicar de corpo e alma a livros, cadernos e apostilas.
Horas de estudo no colégio e em casa e pouco tempo para o lazer.
Resultado: adolescentes estressados e familiares sem saber exatamente
como agir, afinal, nessas horas é melhor insistir na cobrança ou
oferecer o colo para a meninada?
Meu
primogênito ainda não chegou a essa fase, mas trabalho com ensino
médio e pré-vestibular há 15 anos e tenho condições de opinar
sobre o tema. É claro que, quando chegar a minha vez de passar por
isso, a experiência não será a mesma que vivo em sala com meus
alunos. Como mãe, é bem possível que outros sentimentos venham à
tona ao lidar com a situação.
De
qualquer forma, em minhas palestras ou quando recebo e-mails de
leitores que acompanham a coluna, costumo orientar os pais aflitos a
estarem, principalmente, presentes nesse momento delicado da vida de
seus filhos. E estar presente não quer dizer cobrança em excesso,
tampouco mimos em demasia. Equilíbrio - palavra que nos persegue na
missão de educar – é fundamental para ajudar os jovens a
enfrentar a maratona do vestibular.
Não
faltam por aí boas escolas, sejam públicas ou particulares, as
quais oferecem as condições necessárias para uma aprendizagem
satisfatória dos estudantes. Também há excelentes professores, de
todas as disciplinas, que cumprem com competência a função de
preparar esses meninos e meninas para a realização das provas.
Entretanto,
nada é miraculoso. Às vezes percebo que as pessoas veem determinado
colégio como um lugar onde milagres acontecem a cada aula. Ou quem
sabe acreditem que o professor Fulano possa, pela simples imposição
das suas mãos sobre a turma, fazer com que todos assimilem a
matéria.
Os
jovens que estão se preparando para o vestibular sabem bem a que me
refiro. Boas escolas, bons professores e bons materiais são
fundamentais, mas o candidato precisa fazer sua parte e isso inclui,
de fato, muito tempo de dedicação aos estudos. Sem esforço, não
há como desejar um resultado positivo. E como os pais podem
colaborar?
A
missão paterna não se esgota na matrícula ou na aquisição dos
materiais escolares. Mesmo quando os filhos já têm 17 ou 18 anos, é
preciso conversar sobre o andamento das atividades escolares. Nem
sempre eles vão falar, é claro. Conheço bem essas figuras
fascinantes. São monossilábicos às vezes. Mas é preciso insistir.
Entender
a dinâmica da preparação para o vestibular é essencial. Conhecer
os professores e suas respectivas disciplinas, comparar o sistema de
avaliação da universidade e o do colégio, acompanhar o desempenho
por meio das notas.
Além
desse acompanhamento, que nada tem a ver aqueles homens e mulheres
grudentos, que só sabem cobrar e nunca ouvem seus filhos, os adultos
devem lembrar os mais novos que há programas que podem, sem culpa,
ser mantidos na agenda.
Jovem
tem que estudar, mas também tem que dançar, ir à academia e ao
cinema, curtir os amigos, viajar com a família, namorar, dormir até
mais tarde no domingo. Isso faz um bem danado e, sem exageros, não
irá atrapalhar a rotina de estudos. Mergulhar nas páginas dos
livros e dos cadernos, sem pausa para um merecido descanso, pode
causar efeito reverso.
Afinal,
existe vida além do planeta vestibular. Essa lição não cai na
prova, mas é bom se lembrar dela.
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