quarta-feira, julho 28, 2010

PALMADA EDUCATIVA, VOCÊ É CONTRA OU A FAVOR? LEIA ESTE ARTIGO!


Não existe palmada bem dada
Violência gera violência, como a neurociência já constatou diversas vezes

SUZANA HERCULANO-HOUZEL

CLARO que o objetivo não é colocar na prisão aqueles pais que, incapazes de resolver desavenças com seus filhos na base da conversa, recorrem à punição física na forma de "uma palmada bem dada", no afã de impor alguma sombra de autoridade.
O estatuto que proíbe a punição corporal de crianças visa a que se deixe de considerar normal, necessário ou saudável "educar" com violência. Como a sociedade que pune com prisão quem bate em velhinhos aceita que pais batam em suas crianças?

O problema tem vários níveis, e só um deles (ainda que de grandes consequências para as gerações futuras) é o seguinte: violência, não importa em qual forma, gera violência, como a neurociência já constatou várias vezes.
Funciona igualmente com camundongos e com humanos: o cérebro que recebe maus tratos na infância sofre várias mudanças, incluindo alterações em seu sistema de recompensa, que antecipa bons resultados; na amígdala, que sinaliza maus resultados; e no hipocampo, que forma memórias novas e cuida de nossa lista mental de "problemas a resolver".

O resultado? Crianças que recebem restrição corporal, palmadas, sacudidas ou abuso verbal (castigos que muitos consideram brandos) se tornam adultos com propensão a comportamento antissocial e agressivo, transtornos de ansiedade, depressão, alcoolismo e outras formas de dependência química.


"Mas eu recebi palmadas na infância e me tornei um adulto saudável, portanto, palmadas não fazem mal", dizem vários defensores das palmadas educativas.Pelo contrário: graças à resiliência do cérebro (sua capacidade de se recuperar de agressões variadas), ao que tudo indica essas pessoas que sofreram maus tratos na infância provavelmente se tornaram adultos saudáveis APESAR das palmadas.
E, justamente por causa da capacidade do cérebro de se adaptar, essas crianças punidas com violência viraram adultos que hoje acham normal... punir com violência.Felizmente existe antídoto, tão ao alcance quanto uma palmada.


Também funciona com camundongos e crianças, também é comprovado pela neurociência, também muda o cérebro para o resto da vida e se autopropaga.Chama-se carinho e, no caso dos humanos, se vier acompanhado de apoio moral, bons exemplos, compreensão e conversa, melhor ainda.

SUZANA HERCULANO-HOUZEL, neurocientista, é professora da UFRJ e autora de "Pílulas de Neurociência para uma Vida Melhor" (ed. Sextante) e do blog http://www.suzanaherculanohouzel.com/

5 comentários:

Anônimo disse...

iNFELIZ a imagem utilizada, ultrapassada como o próprio modelito demonstra. Não é a realidade da palmada de hj.

ivete maria disse...

Sou totalmente contra as palmadas, vamos educar com amor e não com dor!!

Modena disse...

Super infeliz essa imagem.. Só falta uma imagem de uma professora com uma palmatória... Vamos atualizar isso!!!

Anônimo disse...

Quando eu apanhava minha mãe perguntava o que eu fiz para passar por aquilo e dizia "Eu te bato em casa para mais tarde você não apanhar do mundo" ou "Isto dói 10 vezes mais em mim, você não imagina." e hoje sei que isso é verdade.
By : Lara Machado

Anônimo disse...

CONTRAAAAAA! é melhor educar com castigos de objetos como sem computador por 1 semana... essas coisas não doem nem um pouco! os pais nao podem dar castigos físicos só pq os pais deles davam! ou por nenhum motivo somos contraaaa!!!